e nesta angulada apatia
que não se simpatiza
em nada
que me antipatiza
me horrorizo
nesta letargia
desfiguro o meu olhar
olhando
desfiguradas sombras
que tento observar
apática
tornando-as irreais ...
por mim
passam
fantasmas andantes
sem figura
não se definem
nunca
sem querer
sem medos
que me aterrorizam
sem dádivas
de nada...
e
sem nada pedirem...
absorvem-me
nesta minha apatia
lembrando-te
disformo-te
neste meu olhar
ambíguo
de sombras
rolantes
andantes
fantasmas sem medos
com vida em si...
nesta minha angulada apatia
me conformo
nesta letargia
nunca querendo conformar-me
em mim...
sem ti
para sempre
nesta apatia me conforto
sem nunca me conformar...
disformes
sombras que me cercam
observo-as
através de um vidro qualquer
que só serve para disformar
o que tem forma
o que é definido
nesta apatia
que torna tudo
confortavelmente irreal
nesta angulosa apatia
estrangulada nesta minha letargia
não me conformo
nenhum dia...
disforme
disformo-me
disformando-te...
andando sobre sombras rolantes
fantasmas andantes que me transportam
onde tenho que chegar
sem ti....
chegarei
transportada por mim...
sem querer chegar a nenhum lugar
sem pensar que pode existir
algum lugar vazio
nesta minha apatia
não quero ir
vou obedecendo
a sombras rolantes
disformes
sem me rever
em nada
com nada
e
para nada
sem ti...
já sem mim
apatia
angulada
letargia estrangulada
para sempre...
não me vou
conformando...
Teresa Maria Queiroz/ Janeiro2009